​Com​unicado da Direção

Em primeiro lugar, devemos deixar um enorme agradecimento público ao Dr. Faustino Ferreira e a toda equipa de profissionais que num quadro de exigência superior tudo fizeram para que fosse possível manter o funcionamento dos nossos serviços. As horas sem fim, as soluções encontradas a cada momento, a adequação a cada nova exigência só são possíveis com a enorme dedicação e empenho que lhes conhecemos.

A situação que vivemos exige de todos nós uma forma diferente de viver, conviver e de ver tudo o que nos rodeia.

Toda a nossa atenção virou-se de repente para uma realidade nunca vivida por nenhum de nós – ou só por muito poucos – e em que só encontramos paralelo no longínquo virar da segunda década do século passado.

Não admitíamos sequer a probabilidade de acontecer o que está a acontecer, sobretudo depois da experiência da “gripe das aves”, que muitos pensaram ter sido sobrevalorizada.

Desta vez deparamo-nos com uma verdadeira pandemia, em que muitos, ap​arentemente saudáveis, transmitem a que parece ser a mais surda doença.

Foi decretado primeiro o estado de alerta e num breve período de tempo o de emergência. O que tínhamos planeado para o primeiro momento foi rapidamente alterado. Lembramos que temos um universo de risco elevado por termos muitos utentes que devem observar com o maior rigor as recomendações da Direção-Geral de Saúde (DGS), ou seja, a normalidade das consultas não poderia de forma nenhuma servir de pretexto para sair de casa quando o recolhimento é recomendado.

Perante este quadro há que tomar decisões, antecipando soluções que protejam beneficiários, trabalhadores, utentes – e todos com quem se relacionam.

Houve que tomar decisões políticas, decisões clínicas, decisões que conjugassem ambas e implementar decisões das autoridades de saúde.

Neste contexto foi decidido manter o Hospital em funcionamento. Para tal, no quadro de pandemia era absolutamente necessário garantir equipas clínicas completas.

Para segurança de todos foi suspensa a atividade programada no Hospital e no Centro Clínico. No Hospital, para proteger o elevado número de doentes operados; no Centro Clínico, porque o número de pessoas que frequentam diariamente o edifício (chegam a ser quase cinco mil) transformaria um local seguro num local de risco. Ponderaram-se várias hipóteses, mas nenhuma nos garantia a segurança que entendemos adequada.

Por outro lado, os profissionais do Centro Clínico iriam, em muitos casos, reforçar as equipas do Hospital.

Lembramos que muitos dos nossos profissionais trabalham noutras entidades onde ocorreram casos de infeção e estão de quarentena ou noutra situação impeditiva de trabalharem connosco neste mome​nto.

Concentrou-se a atividade no Hospital, mas ocor​reu uma situação epidemiológica que levou à suspensão da atividade, por imposição da DGS.

Neste quadro, conjugado com o aparecimento de mais casos positivos no universo dos nossos profissionais – e mais uma vez pondo a segurança de todos em primeiro lugar, encerrou-se a atividade também no Hospital.

Quando foi suspensa a atividade no Centro Clínico decidimos alargá-la a todas as nossas outras unidades, periféricas e regionais, pelos mesmos motivos, nomeadamente pela necessidade de recolhimento dos utentes indicada pelo estado de emergência.

Daqui resulta uma interrupção da totalidade da atividade, que tem​​ como consequência a inatividade dos nossos trabalhadores.

Lembramos também que o nosso Lar de Idosos em Azeitão, com uma ocupação plena, merece uma preocupação muito especial, quer pela vulnerabilidade quer pela concentração de utentes.

Por tudo o que acima está dito, este é um momento particularmente exigente. Perante esta evidência e a existência de instrumentos de apoio governamental, foi entendido recorrer ao lay off simplificado, o que significa que os trabalhadores têm o seu posto de trabalho assegurado após o fim desse período especial. Foi feita a comunicação aos representantes dos trabalhadores e será implementado pelo período em que decorrer o estado de emergência e até à recuperação da normalidade mínima.

 A Direção está empenhada na procura de formas de mitigar o impacto da redução de rendimentos, dependendo a sua aplicação das disponibilidades financeiras e do enquadramento legal.

Contamos com todos para voltar à normali​dade: beneficiários, trabalhadores e também todos os utentes que reconhecem a nossa capacidade de prestar cuidados de saúde de qualidade.

De tudo fomos informando os nossos beneficiários, entre os quais se encontra a totalidade dos nossos trabalhadores, através dos meios habituais, nomeadamente por SMS e correio eletrónico, que remetem para documentos mais completos.

De referir também que continuamos a trabalhar em soluções para ultrapassar algumas dificuldades resultantes da suspensão da atividade – em linha, aliás, com a prescrição urgente de medicamentos, já em funcionamento. Outras serão divulgadas brevemente.

Até ao regresso à normalidade, os nossos beneficiários dispõem das alternativas conhecidas devendo, como até aqui, recorrer em caso de COVID-19 à Saúde 24 para encaminhamento, e noutros casos ao SNS ou à rede AdvanceCare.

Lamentamos o aproveitamento deste momento particularmente difícil para outros fins que não aquele em que todos, mas mesmo todos, devemos estar focados. Haverá muito tempo para combate político e negociação coletiva.

Colaboremos todos, com todos, protegendo-nos a nós e aos próximos.

A Direção

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CODIV-19 INFORMAÇÃO AOS SÓCIOS, BENEFICIÁRIOS E TRABALHADORES.pdf